Transfofa em Blog

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terça-feira, julho 01, 2014

Comunidade? Not quite.

Muito se fala sobre a existência (ou não) de uma comunidade trans em Portugal. As reivindicações assumidas em nome das pessoas trans pelos grupos e/ou associações de direitos humanos (direitos LGBT são direitos humanos) são-no sempre em nome dessa suposta comunidade.

Pessoalmente, e pela experiência que tive até agora neste meio, não acredito na existência de uma comunidade trans em Portugal.

Lá fora existe, como sabe quem segue as notícias postadas tanto no meu blog (http://transfofa.blogspot.pt/) como na página do FB notícias trans (https://www.facebook.com/groups/189409992692/?fref=ts). E não se limita a existir, mexe-se, luta, reivindica, critica e até (pasmem) fazem marchas trans.

Mas em Portugal pura e simplesmente não existe, Basta ver-se a presença trans nas marchas que se vão realizando por esse país fora. Na marcha de Braga não dei pela presença de qualquer pessoa trans. Na de Coimbra estiveram 3, pelo menos. Na de Lisboa vi 5. sendo que destas duas repetiram a presença em Coimbra e Lisboa. É cada um por si e mesmo informação que poderia porventura ajudar outros é sonegada da “comunidade” recorrendo aos mais básicos (e estúpidos) argumentos.

Vem isto a propósito de uma situação experienciada num grupo do FB.

Situação: um grupo existente no FB, secreto e exclusivo para pessoas trans (portanto não vale a pena tentarem procurá-lo, não aparece). Como todas as pessoas no grupo são pessoas trans, portanto estão todas no mesmo barco, seria de esperar uma entreajuda entre todos. Puro engano.


Eis o que se passou: um dos integrantes desse grupo postou recentemente a seguinte mensagem: “Hey pessoal. Tudo bem?
Venho aqui pedir-vos que me contactem, tod@s que tiveram algum tipo de contacto com a equipa de Coimbra mesmo que por um período curto. 
Podem deixar aqui nos comentários ou mandar me mensagem privada, por favor. 
Eu por exemplo "sou" seguido em Coimbra. É urgente e importante. 
Obrigado beijos e abraços


As respostas não se fizeram esperar:
1: Eu sou seguido em Coimbra
2: Eu tb estou a ser seguido em Coimbra.

ao que o postador original respondeu: “Eu mando mensagem privada. Pode estar nas mensagens "Outras" para quem não está na minha lista de amigos”.

Aqui fiquei a pensar, estamos num grupo exclusivo de pessoas trans, cujos problemas e situações são iguais e/ou semelhantes, portanto porquê tanto secretismo? Se fosse algum problema surgido nas consultas não devia ser partilhado? Se fosse alguma dúvida/questão sobre algum procedimento ou algum médico ou psicólogo de Coimbra, porquê estar a esconder isso de pessoas que podem não estar a ser consultadas em Coimbra mas que em qualquer altura podem ir lá parar? Além de que, presentemente, só em Coimbra se fazem as cirurgias pelo SNS. Logo quem as queira vai lá parar de certeza.

Enquanto matutava nisto, mais respostas chegaram:
3: “Também estou a ser seguida em Coimbra, há já algum tempo.” que teve como resposta um “Se quiseres manda me mensagem”.
4: “Me too”.

Considerando que inúmeras pessoas têm questões sobre os processos, sobre o tratamento hormonal, sobre as cirurgias, sobre os endocrinologistas e restante pessoal médico e psicólogo, e que muitas vezes a falta de informação pode levar à partilha de informação não correcta ou desactualizada, resolvi intervir e escrevi o seguinte: “Se há novidades de Coimbra era bom serem partilhadas com toda a gente, não só com quem é seguido lá. Informação pertinente ou não deve ser partilhada, senão temos este grupo para quê?

Não sei se a pessoa é antipática de nascença ou se estava em dia não ou se pura e simplesmente é estúpida, pois a seguir respondeu assim: “Não creio que todas as informações sejam partilhadas com toda a gente. Principalmente se for pessoal. Acho que não lhe devo nenhuma informação, porque nunca me foi dada nenhuma informação.

Passado o espanto inicial, respondi assim, para a fazer ver que não tinha razão nem necessitava de estar com tanta agressividade: “Primeiro, não há nada na tua mensagem que indique que a info é pessoal. Segundo, qualquer info sobre assuntos trans são importantes a nível comunitário, especialmente se concernem ao único hospital que faz cirurgias pelo SNS. terceiro, antes de te queixares de não te ter sido dada nenhuma info, devias perguntar-te se procuraste essa info. Nunca recebi qualquer pedido teu de info sobre seja o que fôr, logo (e obviamente) não te poderia dar nenhuma info. Mais, se toda a gente fizer caixinha como estás a fazer, mesmo que procurasses alguma info , a mesma não te poderia ser facultada pois estaria a ser escondida.

Neste meio termo, mais um interveniente apareceu: 5:”Eduarda, o que o XXX está a pedir é informação pessoal, até porque eu não iria estar aqui a comentar como o meu processo PESSOAL tem sido ao longo dos anos. Eu não iria partilhar essa informação - onde fui, com quem estive, etc - aqui de forma pública... E dúvido que outras pessoas o queiram fazer.. Nem todas as pessoas são seguidas da mesma forma e têm relações iguais com os médicos…

Logo seguido de mais uma resposta: “Eu não sou de todo obrigado a partilhar a minha vida pessoal, com quem não me interessa nem a dizer o que quero falar com as pessoas. Não me incomoda a sua opinião, nem a sua posição. A minha liberdade é minha, o que digo ou não digo diz me respeito. Não acho que me deva policiar, e achar que um assunto pessoal é importante a nível comunitário. Nem me interessa.
Caixinhas existem e ainda bem que existem caixinhas. Porque ninguém tem que saber da minha vida. A plataforma foi criada para contacto entre as pessoas, e eu procuro o contacto que eu quiser, da forma que eu quiser.
Eu não a conheço, você não me conhece. Não me faça juízos, porque em momento algum a minha abordagem foi feita em forma de queixa.”

Convenhamos, ninguém é obrigado a partilhar nada pessoal com ninguém, muito menos com quem “não lhe interessa”. Mas então não façam posts públicos não dirigidos a ninguém em particular. Eu também já fui a Coimbra e lá está, a msg era para mim after all. E tal como ele não tenho de partilhar esta info com ninguém, salvo se o queira (que é o caso agora) ou se vier à baila numa conversa em que seja pertinente. Então aquela do “policiar” foi um must, uma obra prima do absurdo. A da queixa, sinceramente não sei de onde surgiu

O resto respondi da seguinte maneira (ao mais importante e que mereceu resposta) primeiramente ao 5 e depois ao XXX: “5, é precisamente pelo que dizes, que "Nem todas as pessoas são seguidas da mesma forma e têm relações iguais com os médicos" que a partilha de info é importante. Muita gente não está a ser atendida presentemente nos HUC mas amanhã podem lá ir parar. XXX, se é assim que procuras o "contacto com as pessoas" dou-te os parabens, estás no caminho certo. Keep rolling. E para acabar com esta situação que não leva a lado nenhum, faço-te notar mais uma vez que a tua msg inicial NÃO TINHA QUALQUER INDICAÇÃO que se tratava de algo tão pessoal, limitaste-te a pedir que te contactassem, e cito "tod@s que tiveram algum tipo de contacto com a equipa de Coimbra mesmo que por um período curto." Fica bem e boa sorte.”

Agora falar-se de comunidade com gentalha deste tipo? Deve achar que estas são atitudes de alguém “mucho hombre”. Ou se calhar anda a tomar testosterona a mais. O facto é que querer-se fazer uma comunidade com pessoas tão anti sociais é algo fadado ao falhanço. Tal como esperar-se que a nossa seleção de futebol fosse tão aguerrida como a que, no mundial de 1966 em Inglaterra esteve a perder com a Coreia do Norte por 3 a zero e virou o resultado vindo a vencer por 5 a 3 (claro que na altura não tinhamos o melhor jogador do mundo mas tivémos Eusébio que marcou 4 golos). É por causa de pessoas assim que às vezes dá um nó na garganta quando, graças ao activismo, alguma coisa se consegue, saber que também se está a ajudar pessoas que não o merecem. Enfim...

Comunidade T em Portugal? É para rir…

Algum tempo depois destes acontecimentos, e já depois de ter escrito isto, embora ainda não publicado, fui surpreendida com a notícia do abandono da personagem do grupo, pelos seguintes posts:

6: Impressão minha ou ele já não está no grupo?
5: já não está.
6: creedo atao?
5: coisas.
6: compreendo, qualquer coisa estou ao dispor

Não faço ideia porque razão decidiu abandonar o grupo, afinal de contas, e apesar da agressividade demonstrada, opiniões diversas e/ou contrárias não são motivo, pelo menos para mim, para se abandonar um grupo de partilha de experiências e entreajuda. Só posso teorizar possíveis razões para tal absurda atitude: pode não gostar que outras pessoas não partilhem das mesmas opiniões, pode ter ficado ressabiado, enfim, as possibilidades são imensas.

O que é certo é que tentar fazer-se uma comunidade com pessoas deste género, possívelmente acirradas por alguns psiquiatras e psicólogos que não vêem com bons olhos a possibilidade de perderem o policiamento das pessoas trans, contrários ao direito que cada pessoa tem à auto determinação (conheci alguns que certamente fariam as cabeças dos seus pacientes deste modo) é uma ilusão.

Toda a gente tem direito à sua vida privada. mas as experiências com os médicos e psicólogos nos processos não se podem incluir nesta condição, apesar dos mesmos (psiquiatras e psicólogos) adorarem incluir tudo na vida privada, dificultando a criação de um sentido de comunidade. E como bons doentes mentais que (ainda e infelizmente) algumas pessoas trans gostam de se considerarem, assimilam ávidamente esta (contra)informação disponibilizada alegre e incessantemente pelos psis.

[International]
Asia: Governments Must Protect Lesbians, Bisexual Women, and Trans Persons
Governments in Japan, Malaysia, Pakistan, the Philippines, and Sri Lanka, routinely ignore—and in some cases actively promote—the systematic exclusion of lesbians, bisexual women, and trans persons from legal protections and social services, said the International Gay and Lesbian Human Rights Commission (IGLHRC) in a report released today.

[International]
Pride Parades Commence Worldwide
Gay Pride parades are set to step off around the world, in cities large and small.

[España]
Una transexual, herida al ser arrastrada desde un coche
La víctima sufre heridas y quemaduras por el asfalto tras ir a rastras 20 metros - Lambda convoca una protesta
Arrastran a una transexual desde un coche en Valencia
Lambda-Colectivo de lesbianas, gais, transexuales y bisexuales ha denunciado que en la madrugada del pasado sábado se produjo una agresión a una chica transexual en el centro de Valencia, "por el simple hecho de ser transexual", según ha informado la organización en un comunicado.
La organización ha denunciado que fue agredida por dos jóvenes quienes la llevaron "a rastras" desde la ventanilla de un coche "durante casi 20 metros". Tras el suceso, fue atendida en un hospital, donde le atendieron por un corte de cuatro centímetros en un codo y las quemaduras producidas en hombros y brazos "por el roce con el asfalto". Asimismo, interpuso una denuncia ante la Policía.
Con motivo de este sucesos, Lambda quiere "hacer visible su repulsa por la agresión" y mostrar "todo su apoyo a la agredida" y por ello han convocado una concentración este martes a las 19.30 horas en la plaza del Ayuntamiento de Valencia.

[España]
Arco iris LGTB por la visibilidad de la bisexualidad
La movilización convocada por la asociación Bolo-Bolo presentó su principal objetivo, que fue también el foco de la semana 'Toledo entiende', señalando que la bisexualidad tiene todavía un largo camino para ser aceptada plenamente por la sociedad.

[Malysia]
MODERATE M'SIA? Trangenders arrested, to be sent to male prison - heads shaved to HUMILIATE THEM
The Negri Sembilan religious authorities raided a Malay wedding in Bahau, Jempol, on Sunday and detained 17 transgender women for violating a Shariah law ban on cross-dressing, an activist claimed today.

[Canada]
January Lapuz’s accused killer pleads guilty to manslaughter
Neel initially charged with murder in trans woman’s 2012 death

[USA]
Obama Announces New Executive Order Protecting Trans Workers
Tonight at his annual White House LGBT Pride Month reception, President Barack Obama revealed that his administration is preparing an executive order that will protect federal employees from being discriminated against on the basis of gender identity. Currently only sexual orientation-based discrimination is prohibited.
Obama announces executive order on gender identity

[Costa Rica]
Miles de personas celebraron la diversidad sexual en San José
Miles de personas marcharon esta mañana en San José para pedir igualdad de derechos para la comunidad lésbico, gay, bisexual, transexual e intersexo (LGTBI).

[Venezuela]
Comunidad GLBTI realizó este domingo la Gran Marcha por la Igualdad en Caracas
La comunidad sexo-género diversa de Venezuela participó este domingo en la Gran Marcha por la Igualdad, que partió desde Parque Miranda y llegó a la Asamblea Nacional (AN), para exigir la igualdad legal de estos ciudadanos.

[Peru]
“Igualdad y no migajas” fue el lema de la marcha LGTBI
Provistos de pancartas, banderas de colores, carros alegóricos, amor, entusiasmo y mucho orgullo, miles de peruanos participaron en la XIII edición de la marcha por el Día Internacional del Orgullo Gay, que este año estuvo encabezada por el congresista Carlos Bruce. Esta movilización ciudadana busca visibilizar las diferentes demandas de la comunidad LGTBI y este año los ciudadanos se unieron bajo el lema “Igualdad, no migajas”, en busca de derechos equitativos para todos los peruanos.

[Peru]
Siete sujetos atacaron a homosexual y lo dejaron al borde de la muerte
La homofobia parece no tener cuando acabar en nuestro país y dejó otra víctima. Víctor Chinchay Leyva fue golpeado por siete hombres, la madrugada del lunes 23 de junio, en el distrito de Independencia, con un palo de apróximadamente un metro.
El travesti, conocido como 'Kiara', hoy se debate entre la vida y la muerte, luego de tremenda golpiza. Sus familiares señalaron que los doctores aseguraron que solo un milagro permitirá que siga con vida.

[Paraguay]
Marchan en Asunción contra homofobia en Paraguay en Día del Orgullo Gay
Algunas decenas de personas marcharon hoy por el centro de Asunción con banderas arco iris en favor de los derechos de los homosexuales, con motivo de la celebración mundial del Día del Orgullo Gay y en protesta por lo que consideran la homofobia imperante en Paraguay.